sexta-feira, 24 de abril de 2009

Soneto de Mulher

Lágrimas frias, por natureza.
Simplesmente, por ser mulher.
Ao contraste dos olhos e da beleza,
E o suspirar que provocas em quem lhe quer.
Lágrimas tão frias, que silenciam qualquer coração,
Com a virtude de não se ter virtude,
Não ter religião e não saber fazer oração
E onde não se deixa amenizar qualquer atitude.
Ah! Mulher - Pra que essa mágoa mordaz?
Onde está o teu sentimento mais belo?
Desfaça do teu semblante este sorriso amarelo,
Ao bem do meu desejo tão voraz.
Lágrimas, que foram feitas para seduzir,
Mas ao teu mundo, jamais consigo ir...

Natomarkes
Rio de Janeiro, 01 de Fevereiro de 2005.
Publicado no Recanto das Letras em 24/11/2007
Código do texto: T750147


Um comentário:

  1. dói te amar
    "teu amor é cebola cortada, que logo me faz chorar,
    teu amor é espinho de mandacaru que gosta de me arranhar"
    (não sei se devo continuar me machucando assim, não por culpa tua, mas por defeito meu)

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Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!

Florbela Espanca