sábado, 25 de abril de 2009

Onde está o amor próprio?

Não é o meu aniversário ou nenhum outro dia especial; tivemos a nossa primeira discussão ontem à noite e ele me disse muitas coisas cruéis que me ofenderam de verdade. Mas sei que está arrependido e não as disse a sério, porque ele me enviou flores hoje. E não é o meu aniversário ou Nenhum outro dia especial.

Ontem ele atirou-me contra a parede e começou a asfixiar-me. Parecia um pesadelo, mas dos pesadelos acordamos e sabemos que não é real. Hoje acordei cheia de dores e com golpes em todos lados. Mas eu sei que está arrependido porque ele me Enviou flores hoje. E não é São Valentim ou Nenhum outro dia especial. Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me. Nem a maquiagem ou as mangas compridas poderiam ocultar os cortes e golpes que me ocasionou desta vez. Não pude ir ao emprego hoje porque não queria que percebessem. Mas eu sei que está arrependido porque ele me enviou flores hoje. E não era dia das mães ou Nenhum outro dia. Ontem à noite ele voltou a bater-me, Mas desta vez foi muito pior. Se conseguir deixá-lo, o que é que vou fazer?Como poderia eu sozinha manter os meus filhos? O que acontecerá se faltar o dinheiro? Tenho tanto medo dele! Mas dependo tanto dele que tenho medo de o deixar. Mas eu sei que está arrependido, Porque ele me enviou flores hoje. Hoje é um dia muito especial: É o dia do meu funeral. Ontem finalmente conseguiu matar-me. Bateu-me até eu morrer. Se ao menos tivesse tido a coragem e a força para o deixar... Se tivesse pedido ajuda profissional.. Hoje não teria recebido uma coroa de flores!

Um comentário:

  1. é com o coração em disparada, que lembro de ti.
    é com a voz embargada que minhas palavras se lançam pela boca.
    como pode haver amor assim?
    de onde vem tanto amor?
    por que o meu corpo treme quando penso em ti?
    como negar esta torrente, feito águas de março, a me arrastar pelo chão me lançar ao mar dos teus braços e abraços...
    como sofro nesta distância de ti,
    como entender esta distância de ti?
    ah! minha amada, se soubesses dos demônios que me açoitam na direção oposta de ti...ainda assim, equilibro-me nas lembranças e apego-me aos caminhos tecidos na aranhas do tempo, ainda que saiba que a qualquer momento despencarei do alto, sem chance de sobreviver, ainda assim me lanço ao mar desta insanidade chamada paixão...(Igor)

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Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!

Florbela Espanca