quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ser surpreendente


A mulher não se conhece e nem se aprecia, porque não se conhece o dom do qual Deus a enriqueceu”. (...) “As riquezas surpreendentes não estão fora de você: estão em você, são você mesma”!
Os Chineses chamam a mulher de “a outra metade do céu”. E como criatura perto do céu, ela deve ser então bonita e gentil.
Da literatura indiana aprendemos que o deus Vishnu queria criar um ser diferente e complementar o homem. Depois de ter pensado, teve uma idéia repentina e começou a trabalhar. Tomou do junco a flexibilidade, das flores a beleza, do fogo o calor, do sol a alegria e das nuvens as lágrimas. Com isso tudo formou a mulher, que teve extraordinária influência sobre o homem.
Na Bíblia, a mulher é colocada no fim da criação. Ao perceber a solidão e a tristeza do homem, Deus disse: “Não é bom que o homem fique só; far-lhe-ei uma ajuda semelhante a ele”.
Se o homem encarna a força do Criador, a mulher encarna sua beleza e amor.O homem e a mulher, complemento um do outro, são a coroação da criação. Esta é a realidade, embora com uma pitada de poesia.
É bonito pensar no estouro da felicidade de Deus no momento em que criou um ser ao qual doou suas características e seus recursos, uma criatura a Ele semelhante a ponto de lhe entregar a continuidade da criação. A mulher, de fato, pode ser tudo e fazer quase tudo o que o seu companheiro pode ser e fazer, somente a ela, porém, foi doada a capacidade de ser mãe.




quarta-feira, 20 de maio de 2009

Se tu viesses ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte...
Os teus abraços...
Os teus beijos...
A tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca*

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sonho e Saudade




Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

(Florbela Espanca)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Delicadeza e seu dragão

Alma de Mulher
Nada mais contraditório do que ser mulher...
Mulher que pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor. Que vive milhões de emoções num só dia e transmite cada uma delas num único olhar. Que cobra de si a perfeição e vive arrumando desculpas para os erros, daqueles a quem ama.
Que hospeda no ventre outras almas, dá à luz e depois fica cega, diante da beleza dos filhos que gera. Que dá as asas, ensina a voar, mas que não quer ver partir os pássaros, mesmo sabendo que eles não lhe pertencem. Que se enfeita toda e perfuma o leito, ainda que seu amor nem perceba mais tais detalhes. Que como numa mágica transforma em luz e sorriso as dores que sente na alma, só pra ninguém notar. E ainda tem que ser forte para dar os ombros pra quem neles precise chorar. Feliz do homem que por um dia souber, entender a Alma da Mulher!!!



Tem mulher que nem conhece a sua delicadeza e seu dragão,
Mais saiba que você é aquela flor que nascer a beira do abismo,
É aquela flor que vive somente um dia
Aquele arco-íris que ninguém pode tocar
És tão preciosa que de alguma forma tentam dificultar seu conhecimento real.
Mulher coluna vertebral de uma família.
Preciosa você é, mesmo naqueles momentos dificies e talvez até mesmo antes de ler não tinha percebido isso ou talvez já sabia que tem medo desde desconhecido.


domingo, 10 de maio de 2009

Arco-íris do próprio amor


Talvez eu seja a menina sonhadora
Que vocês não conhecem
Ou até mesmo a menina delicada
Que vocês nunca viram
Ou a menina colorida
Do mundinho preto e branco
A menina que sabe a fórmula
Mas não tem o dom de amar
Se por trás de toda folha
Há uma gota
Se em cada flor
Há uma borboleta
Se existe em todo campo
Um singelo beija-flor
Por trás da minha tristeza
O arco-íris do amor


Sei que de alguma forma você precise
Ouvi, conhecer, sabe...
Mais é necessário que tenha compreensão
Abra aquela porta que está encostada
Talvez tenha medo de uma revelação
Talvez já até conheça o que lhe espera
Mais de alguma forma tenta se enganar
Dizendo que pode ser sim culpa sua
Mais vá nas fonte
Naquela porta que está aguardando por você
Terá revelação sobre você,
E este horizonte será perfeito
Terá uma harmonia adequada a sua realização
Amada mulher!
Sei que poderá ser
Quando ter a possibilidade de permitir
Descobrir essa tua essência
Guardada dentro de você Mulher.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Menina mulher


Menina mulher, já dizia o Poeta: "todas as mulheres deviam ser meninas".

Mulher menina, mistura perfeita para ser desejada.

Mulher, postura firme, imponente, mas o melhor mesmo, é quando nas horas certas, se deixa, se permite, sentir a menina que tem dentro de você.

Mulher desejada, amada, se protege, difícil de entender, mas sabe que deixa um doido, quando menina se permite ser.

Menina mulher, nas suas mãos, homens pensamos ser, mas na verdade, garotos somos, frágeis, impulsivos ao poder, que tanto nos faz enlouquecer. Enlouquecer de amor, de fazer e jamais cansar de querer.

Depois de muitas travessuras, um merecido descanso as voltas dos meu braços, menina volta a ser, e me permite pensar que tive o poder de fazer você se sentir mulher

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Viver o agora


Mulher fonte peregrina,
Caminha na espera de respostas
Nas ondas do mar, libera teu despero
Grita aos ventos, será que sou culpada...
E na tua história talvez não seja
Assim como ontem sentimos os grãos de areia em nossos pés.
Já se perguntou porque veio aqui?
Talvez a procura de uma resposta que já exista dentro de você
Desejando nascer, pronta para viver
E você de alguma forma tenta aborta
Sua força inesgotável de amar perdidamente
Aborta o teu amor próprio
Quando caminhamos por entre mesas e ao som suave
Olhando para um ponto morto, e tentando resgatar memórias perdidas
Sentamos calada com um rosto cansado e mágoado
E nem ao certo sabemos o motivo,
Muitas das vezes isso é culpa nossa deixamos demais,
Nos entregamos sem noção do amanhã
E talvez esse amanhã é que quebrará nossas pernas.
Passei dias em prantos, e nem ao certo sabia o que aquilo significava
Perda?!? Pode ser, mais de quê?
Algo que poderia ser ou não ser.
Porque não fazemos assim, vivemos somente o agora
E o amanhã tratará de ser melhor amanhã
Nos preocupamos tanto com este amanhã que esquecemos de viver o agora
Então vamos viver o agora...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nocturno

Amor!

Anda o luar, todo bondade,
Beijando a Terra, a desfazer-se em luz...
Amor! São os pés brancos de Jesus
Que anda pisando as ruas da cidade!
E eu ponho-me a pensar...
Quanta saudade das ilusões e risos que em ti pus!
Traças em mim os braços duma cruz,
Neles pregaste a minha mocidade!
Minh'alma que eu te dei, cheia de mágoas,
É nesta noite o nenúfar de um lago
Estendendo as asas brancas sobre as águas!
Poisa as mãos nos meus olhos, com carinho,
Fecha-os num beijo dolorido e vago...
E deixa-me chorar devagarinho...

(Florbela Espanca)

domingo, 3 de maio de 2009

Poesia nas palavras

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, professora e jornalista brasileira. Cecília Meireles teve três filhas com o pintor Fernando Correia Dias, entre elas a atriz Maria Fernanda Meireles.
Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano. (Cecíclia Meireles)

Basta-me um pequeno gesto,

feito de longe e de leve,

para que venhas comigo

e eu para sempre te leve...

Cecília Meireles

sábado, 2 de maio de 2009

A Essência da Mulher


Toda mulher esconde dentro da alma,
Um lago azul, tranqüilo e transparente
E sob as águas de aparente calma
Guarda um vulcão de lava incandescente!...
Às vezes, uma luz se nos acalma
Nascendo-lhe do olhar, triste e carente,
E ao transformar-se em dor, nos causa trauma
Qual lava de um vulcão queimando a gente!
Toda mulher é a essência da beleza,
Tem a voracidade da tigresa
No fogo da paixão quando na cama!
É desse lago de águas cristalinas
Que a essência da mulher, luz que fascina,
Vem saciar a sede de quem ama!